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Simplesmente mulher

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A sabedoria de Deus e a arrogância humana

 


A palavra de Deus é fonte de sabedoria e transformação para todo aquele que se achega com espírito humilde; muitos a desprezam porque não conseguem encontrar beleza em palavras tão simples, ditas, muitas vezes, por homens simples. Acredito que essa simplicidade é a mesma que afastou Agostinho por um momento do conhecimento de Deus, veja: 

"Quando me dobrava às Escrituras, soavam para mim indignas de serem comparadas com a magnificência de Túlio, pois meu orgulho inchado encolhia-se perante sua simplicidade e minha perspicácia era incapaz de penetrar seu significado. Na verdade, aquelas palavras eram do tipo que dão crescimento aos pequenos. No entanto, recusei-me a ser pequeno; minha arrogância fez-me enxergar-me grande". (Agostinho, p. 47). 


Durante um momento, Agostinho jugou a palavra de Deus como sendo menor em sabedoria diante da filosofia que ele já conhecia, mas veja que ele próprio encontra o real motivo de tê-la desprezado inicialmente: a arrogância, e acrescento, a arrogância intelectual. Alguns cristãos, logo no começo da fé, encontram sabedoria e esperança na Sagrada Escritura, depois de algum tempo, começam a ver a Palavra com outros olhos, assim como Agostinho antes de conhecer a Deus. Na verdade, tomam conhecimento das vãs filosofias, como já havia predito Paulo, e por isso se tornam intelectuais arrogantes e afastados de Deus. 


Mas o que a Bíblia diz sobre a sabedoria que vem de Deus e a sabedoria humana? 


Segundo Paulo, em I Co. 1:28-29, Deus escolheu coisas simples, vis, para aniquilar aquilo que poderia trazer exaltação para o ser humano, se a palavra de Deus fosse apenas filosofia, os intelectuais estariam na frente de todos os outros, mas Deus, em sua imensa sabedoria e amor, escolheu a simplicidade para que nenhuma carne se glorie, se envaideça por tê-lo conhecido. Agostinho sabia que era necessário ser pequeno, não aos olhos humanos, mas humilde diante de Deus, para desfrutar do real significado da Sagrada Escritura. O homem que reconhece sua "loucura" diante de Deus, foi antes convencido de seu estado de pecado; ninguém que se jugue bom o bastante pode encontrar significado na palavra de Deus, primeiro Deus revela você para você mesmo e depois ele próprio, através do Espírito, revela a Cristo.  


Não só no século IV os homens se recusam a ser humildes diante de Deus, mas em todas as eras, porque o pecado cega e encobre nossos erros.  Através da obra de Cristo em nós é que temos condições de reconhecer nossa pequenez diante da sabedoria de Deus, que aos olhos do pecador, continuará parecendo loucura. 



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Referência: 

AGOSTINHO. Confissões. SP: Principis, 2019. 

Comentários

  1. Muito boa reflexão tanto no texto de Agostinho, quanto nas Escrituras, parabéns.

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SIMPLESMENTE MULHER: O DESFIO DE SER CRISTÃ

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